Redação Nota 1.000

Publicado em: 30/08/2016
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Momento emocionante para a Família Módulo! A aluna Carolina Lima, da 2ª SÉRIE do Ensino Médio, recebeu, nesta terça-feira, 30, a premiação do 45º Concurso Internacional de Redação de Cartas da União Postal Universal 2016. Ela venceu a Etapa Estadual e ficou em 6º Lugar na Etapa Nacional. Como prêmio, Carol recebeu R$ 1.000,00 e um certificado. Já o Colégio, recebeu R$ 2.000,00, que será revertido em prol de ações solidárias, por meio do projeto Módulo Solidário.

O tema foi “Escreva uma carta a você mesmo aos 45 anos”. Ela falou sobre suas expectativas sobre a relação entre meio ambiente e os seres humanos. Abaixo, confira o texto na íntegra.

Querida Carol,

Escrevo-lhe esperando uma resposta, porém temo nunca recebê-la. Essa estranha conexão entre o espaço-tempo não permite que nos comuniquemos diretamente. Adoraria conhecê-la agora, contudo, sempre estaremos separadas por uma época chamada presente.

O futuro é tão misterioso e incerto que se torna alvo de insanas especulações. Estas, algumas vezes, chegam a afirmar que não existe futuro nem divisão alguma entre as épocas. Devo dizer, Carol, que não acredito nessas teorias absurdas de modo algum. Afinal, você é a prova viva de que o porvir existe. E, de algum modo, ainda somos a mesma pessoa.

Hoje, em minhas palavras cruas e francas, apenas revelo devaneios íntimos que escondo em meu coração; devaneios estes que retratam sonhos utópicos guardados de maneira perene e oculta em minha alma.

Recordo-lhe apenas que escrevo esta carta com a ajuda de um dicionário, pois estou à procura das palavras mais belas (e inteligíveis) que eu puder usar. Sei que não preciso de tanta formalidade para falar comigo mesma, mas não quero parecer ignorante a ponto de não saber escrever algumas palavras difíceis, embora eu bem saiba que qualidade não é sinônimo de aparência, mas de conteúdo.

Lamentavelmente, poucas pessoas pensam assim. Muitos julgam apenas o exterior, e esquecem a essência, o valor interior. Nos tempos atuais, foi-se embora a admiração pelo que somos: o que importa aos olhos e ao cérebro é aquilo que temos e mostramos. As pessoas criam, em suas mentes, preconceitos e opiniões erradas sem ao menos conhecerem os outros. Quantos já foram discriminados por razoes pífias? Nossa cor, sexo, religião ou classe social não nos fazem melhores ou piores do que ninguém. O que diferencia os seres humanos uns dos outros, Carol, é o caráter.

De maneira análoga, percebo que nem sempre a honestidade é levada em consideração nas atitudes de nossa espécie. Os seres humanos, tão preocupados com os prazeres instantâneos da vida, nem sequer se lembram de buscar um modo ético de realizar seus desejos. E, com suas ações inconsequentes, em busca de satisfazer seus pequenos caprichos, terminam por prejudicar a todos. É dessa mesma forma que o homem trata a natureza.

Vejo os seres humanos dizimarem sua casa, nosso planeta. Esgotam e destroem recursos naturais como se não houvesse amanhã. Será que não percebem o mal que fazem, não apenas a si mesmos, mas para as gerações futuras? São tão egoístas e frios que pensam apenas no (seu) presente, ignorando o futuro (de todos). Tenho fé que, no futuro, haja mais amor por nosso planeta, respeito ao próximo e honestidade no coração de todos.

Todavia, a intolerância humana é tão bruta e forte, que talvez muitos desses meus sonhos utópicos nem cheguem a se concretizar. Mas, em meu peito, ainda há um rastro de esperança de que isso venha a acontecer.

Quero poder testemunhar um mundo melhor, Carol. Aspiro a um futuro melhor para mim e para os meus semelhantes. Desejo muito que esteja presenciando essas realizações. Espero que, nesses trinta anos, tudo mude para melhor.

Com amor, Carol

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